![Projeto TEA atende crianças com autismo com idade de zero a menores de seis anos](https://i0.wp.com/piracicaba.sp.gov.br/wp-content/uploads/2024/03/Projeto-TEA-atende-criancas-com-autismo-com-idade-de-zero-a-menores-de-seis-anos-1024x683.jpg?resize=696%2C464&ssl=1)
Após oito meses, a parceria inédita entre a Prefeitura de Piracicaba – por meio da Secretaria de Saúde – com o Centro de Reabilitação de Piracicaba (CRP) para o atendimento especializado a pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) em idade entre 0 a 6 anos incompletos e seus familiares, já acolheu mais de 400 crianças e, destas, 116 preencheram os quesitos necessários e permaneceram na entidade para a construção do Projeto Terapêutico Singular (PTS). Neste período, foram realizados mais de 3.000 procedimentos com as crianças acolhidas e ainda existem 34 vagas disponíveis para atendimento pela parceria com o CRP.
![Projeto TEA completou oito meses de atividade por meio da parceria da prefeitura com o CRP](https://i0.wp.com/piracicaba.sp.gov.br/wp-content/uploads/2024/03/Projeto-TEA-completou-oito-meses-de-atividade-por-meio-da-parceria-da-prefeitura-com-o-CRP-1024x683.jpg?resize=696%2C464&ssl=1)
A coordenadora do setor terapêutico do Centro de Reabilitação, a psicóloga Rebeca Padulla, destaca que os primeiros resultados estão sendo muito positivos. “Este tipo de atendimento fortalece os vínculos da família com a criança e todos passam a entender melhor o diagnóstico do autismo. Aqui o foco das ações não é somente o diagnóstico precoce, mas como isso vai influenciar a criança em seu ambiente, seja na escola, em casa, no parque, na igreja, entre outros espaços que ela venha a frequentar. Trabalhamos para que a criança se desenvolva, seja autônoma, tendo o direito de ela ser como ela é. Muitas crianças já evoluíram bastante neste projeto e isso é superpositivo”.
![A psicóloga Rebeca Padulla é coordenadora do setor terapêutico do Centro de Reabilitação](https://i0.wp.com/piracicaba.sp.gov.br/wp-content/uploads/2024/03/A-psicologa-Rebeca-Padulla-e-coordenadora-do-setor-terapeutico-do-Centro-de-Reabilitacao-1024x683.jpg?resize=696%2C464&ssl=1)
Adryel Albuquerque Soares, de cinco anos, é um dos primeiros a ingressarem para atendimento no CRP por meio da parceria com a Prefeitura. A mãe Erika Cristina de Albuquerque se diz muito feliz e empolgada com a evolução do filho. “Antes de vir para o Centro de Reabilitação tínhamos muitas dúvidas sobre o autismo e o comportamento do Adryel. Fomos muito bem acolhidos e, ver meu filho hoje é só agradecimento. Ele não gostava de fotos e de muita aglomeração, hoje ele faz pose para fotos, conversa com outras pessoas, faz suas coisas de escola mais rápido. É muito bom ver isso nele”, enfatizou Erika.
![Adryel, evolução de criança retraída para comunicativa e autônoma](https://i0.wp.com/piracicaba.sp.gov.br/wp-content/uploads/2024/03/Adryel-evolucao-de-crianca-retraida-para-comunitativa-e-autonoma-1024x683.jpg?resize=696%2C464&ssl=1)
A mãe de Adryel ainda se emociona ao falar na transformação da sua vida nos últimos meses por meio do trabalho realizado pela equipe do CRP junto a sua família. “Eu sempre trabalhei e pouco tempo separei do meu dia para dividir com meus filhos em casa, porém, é aqui que estou me redescobrindo como mãe. Tenho outros filhos além do Adryel, mas somente agora entendi a importância de acompanhar, estar presente, de ser mãe. Antes não conseguia ir na praça com ele, hoje eu vou e nos divertimos muitos. Estou muito feliz, pois isso abrange toda nossa família”, completou.
![Ver a evolução do meu filho transformou minha vida, afirma Erika Albuquerque, mãe de Adryel](https://i0.wp.com/piracicaba.sp.gov.br/wp-content/uploads/2024/03/Ver-a-evolucao-do-meu-filho-transformou-minha-vida-afirma-Erika-Albuquerque-mae-de-Adryel-1024x683.jpg?resize=696%2C464&ssl=1)
O PROJETO – Janaína Camargo, enfermeira que trabalha no Projeto TEA, explica que o atendimento às crianças é feito de forma interdisciplinar por profissionais das áreas da psicologia, serviço social, educação física, terapia ocupacional, fisioterapia, fonoaudiologia, enfermagem e psiquiatria infantil onde são avaliadas as demandas e necessidades individuais de cada criança. “Para ingressar neste serviço é necessário encaminhamento profissional, de médico ou enfermeiro, da rede de atenção básica municipal, onde o profissional de referência avaliará a necessidade e complexidade de cada caso, sinalizando a gravidade por meio de classificação de risco, ação que dará prioridade para agendamento de casos mais graves”.
![Adryel Albuquerque Soares é uma das primeiras crianças a ingressarem no Projeto TEA da Prefeitura](https://i0.wp.com/piracicaba.sp.gov.br/wp-content/uploads/2024/03/Adryel-Albuquerque-Soares-e-uma-das-primeiras-criancas-a-ingressarem-no-Projeto-TEA-da-Prefeitura-1024x683.jpg?resize=696%2C464&ssl=1)
A psiquiatra do CRP, Danielle Faria Miguel, reforça que o primeiro contato com o serviço após o encaminhamento se dá em dois encontros com intervalo de 15 dias entre eles. Neste acolhimento é realizado escuta ativa da história pessoal e familiar do indivíduo assim como de suas demandas e necessidades. “Para avaliação, utilizamos métodos lúdicos de interação com a criança, aplicamos instrumentos de avaliação como a escala Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-CHAT) e protocolo de Indicador de Riscos para Desenvolvimento Infantil (IRDI) para posteriormente realizar a Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF), instrumento que reunirá as informações trazidas pela família e avaliação profissional do caso”, apontou.
![Janaína Camargo (enfermeira) e Danielle Faria Miguel (psiquiatra) fazem parte da equipe multiprofissional que atendem o Projeto TEA](https://i0.wp.com/piracicaba.sp.gov.br/wp-content/uploads/2024/03/Janaina-Camargo-enfermeira-e-Danielle-Faria-Miguel-psiquiatra-fazem-parte-da-equipe-multiprofissional-que-atendem-o-Projeto-TEA-1024x683.jpg?resize=696%2C464&ssl=1)
Segundo Danielle, após a construção da CIF, o caso é discutido entre toda a equipe interdisciplinar para que sejam decididas as próximas ações a serem realizadas com as crianças e seus familiares. “Uma vez que é identificado sofrimento psíquico, presença ou indícios de TEA, um profissional é designado para ser a referência técnica da família para que este junto à família construa-se o Projeto Terapêutico Singular que é um conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas com um indivíduo e sua família”, completou.
É importante destacar que as crianças que não atendem os critérios para permanecer no projeto são contrarreferenciadas para as unidades básicas de saúde e outros dispositivos na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).