Em nota e vídeo divulgados nas redes sociais, os responsáveis pelo Mutante afirmam que a interdição foi baseada em denúncias antigas que sequer dizem respeito ao bar. Para eles, a medida reflete uma perseguição burocrática e uma forma de criminalização da cultura independente, enquanto os problemas reais da cidade seguem sem solução.
O Mutante nasceu do improviso e rapidamente atraiu público de várias cidades, consolidando-se como um espaço alternativo, criativo e de valorização da cena musical.
A “Lei Fecha-Bar” e seus impactos
Segundo os organizadores, o fechamento está diretamente ligado à aplicação da Lei Municipal nº 3.916/2003, conhecida como “Lei Fecha-Bar”. A legislação, considerada arcaica e excessivamente rígida, impõe horários fixos, exigências burocráticas e penalidades pesadas que dificultam a sobrevivência de bares pequenos e independentes.
Eles relatam que, mesmo após regularizar o alvará até as 2h da manhã, o bar continuou sofrendo fiscalizações desproporcionais — chegando a receber seis viaturas em um único episódio — além de autuações por utilizar parte da calçada de um posto vizinho, em área sem fluxo de pedestres, para colocar mesas e barris.
No episódio mais recente, em 20 de setembro, após a redução do alvará para funcionamento até a meia-noite, fiscais acompanhados por policiais interditaram o espaço às 22h40. A justificativa apresentada foi uma suposta reabertura em dia anterior, alegação que, segundo os responsáveis, não condiz com a realidade.
A luta pela sobrevivência
Para os gestores do Mutante, o episódio mostra como a aplicação da lei acaba desviando recursos públicos, com mobilização de agentes e viaturas para fiscalizar um espaço cultural, enquanto a população enfrenta problemas graves em outras regiões da cidade.
“O Mutante é resistência. O rock é resistência. E nós não vamos aceitar calados”, afirmam os organizadores.
Mobilização da comunidade
O bar iniciou uma campanha para arrecadar recursos e manter as contas em dia durante o período de interdição. A vaquinha online e contribuições via PIX foram divulgadas como forma de envolver a comunidade, artistas e apoiadores da cultura alternativa na luta pela permanência do espaço.






