A Orquestra Sinfônica de Limeira (Osli) recebe o saxofonista, compositor e arranjador Samuel Pompeo no terceiro concerto da Série Aliança. O programa da noite irá atravessar fronteiras entre a música de concerto e a linguagem instrumental brasileira, celebrando o próprio Pompeo e Heitor Villa-Lobos, compositor renomado do século 20. O evento será na próxima quinta-feira (22), às 20h30, no Teatro Vitória. Os ingressos custam R$ 30 (inteira) ou R$ 15 (meia entrada) e podem ser adquiridos na bilheteria do teatro.
Samuel Pompeo é doutor pela Universidade de Aveiro (Portugal) e pela Unesp. O saxofonista conjuga uma trajetória internacional, com colaborações que incluem Gilberto Gil, Jon Anderson (Yes) e Ivan Lins, à atuação como educador na Escola Municipal de Música de São Paulo e no festival italiano Fiato al Brasile. Lidera o Samuel Pompeo Quinteto e integra formações como a Soundscape Big Band, transitando entre o jazz, a música instrumental e a pesquisa acadêmica.
Este espetáculo é uma realização da Sociedade Pró-Sinfônica de Limeira e do Ministério da Cultura, com apoio da Prefeitura Municipal de Limeira, Política Nacional Aldir Blanc e Cultura Viva. O evento conta com o patrocínio Diamante da BRK Limeira, patrocínio Ouro da CP Kelco e Unimed Limeira, patrocínio Bronze da Cátion, apoio cultural da Printmore, Peixinho Relojoaria, Bia Mota Fotografia e Picture Design.
PROGRAMA
Sob regência e direção artística de Rodrigo Müller, o concerto divide-se em duas partes, sendo a primeira com obras autorais. O repertório abre com Samuel Pompeo como solista e compositor, apresentando peças que refletem sua versatilidade, do lirismo de Rio Acima ao experimentalismo de Dodecafonando. A Osli interpreta, ainda, junto a Pompeo, composições como Na Esquina Outono, Dança Folhas (José Gustavo Julião de Camargo), Choro do Meu Véio (em parceria com João Gustavo) e tributos a Pixinguinha e Benedito Lacerda (Naquele Tempo).
Na segunda parte do concerto, haverá execução das Bachianas Brasileiras nº 4, na qual Villa-Lobos reinterpreta a estrutura barroca com melodias e ritmos brasileiros. A obra reflete não apenas a influência da canção popular urbana, como as rodas de choro, mas também das manifestações regionais que o compositor pesquisou em suas viagens pelo interior do Brasil. Resultado desse diálogo entre tradição europeia e cultura popular brasileira, as bachianas são consideradas um marco do modernismo e da construção de uma identidade nacional na música de concerto.
A obra, originalmente escrita para piano (1930) e posteriormente orquestrada (1942), ganha um brilho especial neste programa que celebra a música erudita essencialmente brasileira. É dividida em Prelúdio (Introdução), Coral Canto do Sertão (a nota si bemol é repetida várias vezes por um instrumento, sugerindo o canto da araponga, ave que possui um canto estridente e composto de uma só nota), Ária (Cantiga) e Miudinho.