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01/05/2025

Feira das Yabás celebra Dia do Trabalhador no centro do Rio

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Nada melhor do que comemorar o Dia do Trabalhador em um encontro com muito samba e comida saborosa como frango com quiabo, feijoada, rabada, tripa lombeira, angu à baiana e macarronada com carne assada. Neste 1º de maio, a Praça da Pira, em frente ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no centro do Rio, vai receber a Feira das Yabás. Já são nove edições no local, mas essa é a primeira que vai ocorrer no Dia do Trabalhador.

Criada em 2008, pelo cantor e compositor Marquinhos de Oswaldo Cruz, para valorizar as matriarcas chamadas tias e consideradas as Yabás, a Feira celebra a cultura afro-brasileira e as tradições dos bairros vizinhos Oswaldo Cruz e Madureira, na zona norte do Rio. A região é berço de escolas de samba como a Portela, cuja quadra sedia as edições da feira no segundo domingo de cada mês.

“A feira é uma espécie de síntese do que eram os quintais. Nem restaurantes vendem o que elas fazem. A gente não leva o fast food para lá, não é nada disso. A gente leva senhoras, donas de casa, que fazem essa cultura do quintal suburbano onde tinha o samba. Elas levam essa cultura para lá do jeito que fazem em Madureira e em suas casas, da forma que era feito, e eu subo no palco para fazer uma roda de samba bem de quintal”, disse o compositor em entrevista à Agência Brasil.

Para Marquinhos de Oswaldo Cruz, fazer a Feira das Yabás na área da Praça da Pira é uma forma de recuperar território que foi de seus ancestrais. “Aquela região ali era onde a população afrodescendente morava até o início do século passado, e essa população foi expulsa dessa região. E esses excluídos foram morar na Grande Madureira, onde acontece a feira das Yabás. Fazer a feira naquela região [Praça da Pira] é uma espécie de reocupação de um território sagrado através da cultura dos removidos. Para a gente, é de uma importância imensa. Tem uma questão de território e de ancestralidade que é muito forte em fazer ali também”.

“O que me faz bem feliz é ver meu povo lá de cima (Oswaldo Cruz e Madureira) descer para vir para centro da cidade. Muitos deles ficam ali a vida inteira e não saem de lá. Muita gente não conhecia o CCBB e passou a conhecer. Em troca, quantas pessoas foram para Madureira ver a feira das Yabás porque foram ao CCBB? Essa troca é muito legal. É o dia em que a cidade se encontral”, observou.

O sambista analisou o que mantém viva a Feira das Yabás, perto de completar 17 anos neste mês de maio. “Não é só fazer um evento. É fazer algo em benefício, em luta dessa cultura tradicional. A gente não simplesmente recebe dinheiro para um evento e larga de mão. A gente tem toda uma luta de manutenção de uma tradição. Depois da Feira das Yabás, quantas feiras de gastronomia e música apareceram? A feira das Yabás deu o pontapé inicial”, comentou.

Quando começou na quadra da Portelinha, os pratos preparados pelas tias eram a feijoada da Neide e macarronada feita pela Tia Edite. A partir daí Marquinhos conseguiu um patrocínio, e a Feira das Yabás conquistou as ruas próximas à quadra da Portela, já entregando para o público outros pratos da tradicional comida da região. “Foi assim que nasceu a Feira das Yabás”, pontuou, acrescentando que houve a adesão de outras tias, como a Selma, filha do mestre Candeia, que fazia a comida preferida do pai, carne seca com abóbora.

“Tem a Jane, que é famosa vendendo jiló. O Luiz Carlos da Vila tinha morrido, e ela é viúva e não tinha como sobreviver. Eu disse para ela montar uma barraca, e isso é bem do samba. É coração de mãe, sempre cabe mais um. Na maioria, são de familiares que tinham importância muito grande naquela região”, contou sorrindo.

 


A Feira das Yabás, patrimônio cultural imaterial do Rio, volta a acontecer após negociação com Prefeitura, nas ruas de Oswaldo Cruz,  zona norte, em comemoração de 10 anos, com comidas tipicamente afro-brasileiras.
A Feira das Yabás, patrimônio cultural imaterial do Rio, volta a acontecer após negociação com Prefeitura, nas ruas de Oswaldo Cruz,  zona norte, em comemoração de 10 anos, com comidas tipicamente afro-brasileiras.

A Feira das Yabás, patrimônio cultural imaterial do Rio nas ruas de Oswaldo Cruz, zona norte Fernando Frazão/Agência Brasil

Samba do Trabalhador

O público vai poder se divertir com uma programação extensa. Além das barracas com as comidas feitas pelas tias, Marquinhos de Oswaldo Cruz vai apresentar a sua tradicional roda de samba. A agenda tem ainda, às 14h, a Roda de Conversa com o tema: Mercado de Trabalho na Economia Criativa, comandada pelo carnavalesco, professor e apresentador Milton Cunha.

E, se as atividades são para homenagear o personagem do dia, a partir das 18h50, a última atração será com um convidado especial: o cantor e compositor Moacyr Luz e o seu Samba do Trabalhador, conhecida roda de samba que ocorre nas segundas-feiras no Clube Renascença, no Andaraí, zona norte do Rio. Criada por Moacyr Luz, a reunião ocorre neste dia porque é o único da semana em que os músicos não trabalhavam, e, assim, podiam se divertir juntos.

“Nada melhor que, no Dia do Trabalhador, ter um Samba do Trabalhador. Moacyr é um guerreiro nesta história também, junto às nossas trincheiras na luta pelo samba. Moacyr é amigo, parceiro”, concluiu.

Marquinhos revelou que a Feira das Yabás em Madureira infelizmente não poderá ser no Dia das Mães. Então, a edição de maio vai ocorrer no dia 18, quando será comemorado o aniversário de 17 anos.

Programação da Feira das Yabás

  • 13h – DJ Café
  • 14h – Roda de Conversa com Milton Cunha
  • 14h50 – Marquinhos de Oswaldo Cruz e banda
  • 16h DJ – Café
  • 16h20 – Marquinhos de Oswaldo Cruz e banda
  • 17h30 – DJ Café
  • 17h50 – Marquinhos de Oswaldo Cruz e banda
  • 18h30 – DJ Café
  • 18h50 – Moacyr Luz e Samba do Trabalhador
  • 20h – Encerramento



Agência Brasil

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