Governo de São Paulo irá construir uma proteção de 200 metros de extensão ao longo da estrada de Barra do Una, no litoral sul do estado, para conter o avanço do mar na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS). A primeira ação será conduzida pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil), por meio da SP Águas, e consiste na construção de uma barreira de enroncamento — o posicionamento de pedras de grandes dimensões, de até 3 metros de altura — para proteger os moradores e a estrada.
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A erosão costeira é um fenômeno natural que ocorre nas áreas costeiro-marinhas, também afetando o litoral sul do estado de São Paulo. O avanço do mar provoca a perda de áreas de praia, impacta a vegetação de restinga e ameaça casas e edificações próximas. Segundo pesquisadores, as causas da erosão costeira em Barra do Una tiveram como fator principal a migração da desembocadura do Rio Una do Prelado para o norte, lembrando que barras de rios são dinâmicas e estão em constante mudança. Além disso, a ocorrência de eventos climáticos extremos nos últimos anos tem intensificado o processo erosivo em um trecho da praia.

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A secretária estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, esteve no local nesta sexta-feira (4), acompanhada por técnicos da SP Águas, Fundação Florestal, Defesa Civil e Prefeitura de Peruíbe, para acompanhar de perto os trabalhos e ouvir as demandas da comunidade tradicional.
“A escuta ativa da comunidade é essencial para que as soluções sejam eficazes, respeitosas e sustentáveis. Estamos atuando com agilidade e responsabilidade, protegendo tanto o meio ambiente quanto o modo de vida das famílias que vivem aqui”, afirmou a secretária Natália Resende.
Além disso, em Barra do Una, são estudadas as melhores medidas para restaurar a condição natural de escoamento do Rio Una, que foi alterado pelas mudanças climáticas. A Fundação Florestal oferece todo apoio à comunidade tradicional e, após as intervenções, irá promover a restauração da restinga. A Prefeitura de Peruíbe alocou materiais rígidos para conter o avanço do mar e continuará com a manutenção da estrutura do local. A Defesa Civil fará o monitoramento constante da situação.
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A obra integra o Plano de Adaptação e Resiliência Climática da Semil, que prevê ações voltadas à proteção de zonas costeiras.

Fundação Florestal – Reserva Ecológica Juréia-Itatins
Desde 2020, a Fundação Florestal tem desempenhado um papel fundamental no monitoramento e na gestão ambiental da região. Utilizando drones para capturar imagens aéreas detalhadas, a equipe coleta dados essenciais para compreender o processo erosivo e planejar intervenções eficazes. A participação ativa da comunidade local tem sido crucial, com moradores reportando alterações significativas, especialmente após eventos de ressaca.
Além do monitoramento, a Fundação Florestal tem implementado soluções baseadas na natureza para dissipar a energia das marés e proteger a vegetação de restinga. Uma estrutura implementada em novembro, que incluiu o cercamento com bambus, demonstrou resultados positivos ao proteger a vegetação, enquanto trechos sem essa proteção sofreram maiores impactos durante eventos climáticos no início de dezembro. Posteriormente, optou-se pelo empilhamento de material vegetal, mantendo a integridade das áreas costeiras.
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Paralelamente, está em elaboração, junto ao Conselho Deliberativo da Reserva Ecológica Juréia-Itatins e com a participação da comunidade, do poder público e de pesquisadores, um Plano Comunitário de Adaptação à Erosão Costeira. Este plano definirá diretrizes e ações permanentes para o enfrentamento sustentável do problema, integrando estudos técnicos e a experiência prática acumulada no local.