Nesta segunda-feira (31), a greve dos servidores públicos municipais de Limeira chegou ao quarto dia com uma expressiva mobilização em frente ao Paço Municipal. A categoria cobra a reabertura da mesa de negociação e melhores condições salariais e de trabalho.
A caminhada promovida pelos servidores destacou a insatisfação com o silêncio da gestão do prefeito Murilo Félix diante das reivindicações. Um dos principais destaques do ato foi a grande adesão dos Agentes de Desenvolvimento Educacional (ADEs), que representam o maior cargo do magistério municipal.
Durante as atividades do comando de greve, quatro equipes percorreram unidades públicas e relataram uma conduta preocupante: servidores afirmaram que o vice-prefeito, além de funcionários ligados ao gabinete do prefeito, estariam exigindo o registro de faltas para os grevistas — atitude classificada como assédio moral por lideranças do movimento. “É algo que não vimos em gestões anteriores e que contraria o discurso do prefeito, que sempre disse abominar esse tipo de prática”, declarou uma das representantes sindicais.
Assembleia aprova continuidade da greve
Após o ato, a categoria se reuniu em assembleia no próprio Paço e decidiu pela manutenção da paralisação nesta terça-feira, 1º de abril. Além disso, ficou definida uma nova manifestação na Câmara Municipal, às 17h30, onde os servidores pretendem reforçar a cobrança por diálogo e respeito à categoria.
Crescimento da arrecadação reforça pauta dos servidores
Um ofício foi protocolado solicitando, oficialmente, a reabertura da mesa de negociação. No documento, os servidores destacam dados da Receita Corrente Líquida de Limeira, publicados no Diário Oficial no último dia 29 de março. O relatório aponta um crescimento de 7,6% na arrecadação municipal no primeiro bimestre de 2025, em comparação ao mesmo período de 2024.
Esse aumento de receita comprova que há margem orçamentária para atender as reivindicações dos trabalhadores, como o reajuste salarial digno, o cumprimento do piso do magistério e a equiparação do vale-alimentação.
Greve é direito, valorização é dever
Os servidores reforçam que a greve é legal, legítima e constitucional. É uma ferramenta democrática de pressão diante da ausência de diálogo por parte da administração. A mobilização segue de forma organizada e pacífica, sempre com foco na valorização de quem mantém Limeira funcionando.
A categoria segue aberta ao diálogo — mas não aceitará omissão.