Os Institutos Médico-Legal (IMLs) do Estado de São Paulo fecharam o ano de 2024 com mais de 512 mil exames realizados. Foi nesse mesmo ano que o órgão, vinculado à Superintendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC) — que completou 27 anos no último domingo (9) —, recebeu 170 novos médicos-legistas, profissionais que aprimoraram ainda mais os serviços e o atendimento à população.
O diretor do IML, Vladimir Alves Reis, detalhou que a maioria dos exames realizados pelos médicos é de lesão corporal cautelar (236,5 mil), lesão corporal (142,7 mil), verificação de embriaguez (5,5 mil), toxicológico vivo (4,9 mil), psiquiátrico (314) e dezenas de outros, como ato libidinoso, odontológico de lesão corporal, aborto e conjunção carnal. Apenas 10% do total acontece em cadáveres.
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Os exames necroscópicos chegaram a 57,5 mil no ano passado. Há também os de toxicológico morto (19 mil) e identificação odonto-legal (184).
“Fora esse trabalho, que é realmente a principal função do IML, nós também investimos em pesquisas e nos empenhamos na busca de pessoas desaparecidas, então checamos a compatibilidade de DNAs, além de outros projetos para melhor atender as pessoas que necessitem vir até nós”, ressaltou.
Umas das iniciativas de destaque realizadas pelo IML são as Salas Lilás, para o atendimento e acolhimento de mulheres vítimas de violência. Com um suporte especializado e profissionais treinados para atender esse tipo de caso, as vítimas podem realizar os exames periciais durante o registro da ocorrência.
Mais 24 médicos-legistas reforçam os serviços a partir de maio
![Academia de Polícia](https://i0.wp.com/www.agenciasp.sp.gov.br/wp-content/uploads/2025/02/Academia-de-Policia.jpg?resize=696%2C522&ssl=1)
Outros 24 médicos-legistas, remanescentes do último concurso, estão em formação na Academia de Polícia (Acadepol) para reforçar os atendimentos nos IMLs do estado. Os alunos terminarão o curso em maio com pós-graduação em medicina-legal e ciências forenses.
No total, os médicos que passam no concurso para atuar como legistas ficam 13 semanas na Acadepol para se especializar em temas como criminologia, perícia, direito, direitos humanos, administração pública e até mesmo defesa pessoal e armamento e tiro. Além do cargo de médico-legistas, eles também vão fazer parte da Polícia Científica, ou seja, serão agentes da segurança pública.
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“Todos os nossos laudos, trabalhos e pesquisas são baseados em perícia científica, que é comprovado cientificamente. Isso significa que estamos a serviço da Justiça”, disse Vladimir Alves Reis.
Para o diretor do IML, a Polícia Científica faz um trabalho crucial que garante provas contra ou a favor de determinada pessoa, podendo condená-la ou inocentá-la, além de conseguir identificar, por determinados exames, a dinâmica do ocorrido. “Uma vez o secretário da segurança, Guilherme Derrite, disse algo que ficou marcado em mim: ‘Se cada polícia cumprir o seu papel, vamos continuar sendo a maior força policial do Brasil’. Eu, particularmente, não tenho dúvida nenhuma de que somos a maior do país e me orgulho em fazer parte”, completou.