Desde pequena, Sabrina Neves de Aguiar dizia à mãe que, quando crescesse, seria geriatra, pediatra, dentista ou fisioterapeuta. No meio da adolescência, em 2019, mudou de rota e decidiu que gostaria de frequentar a Escola Preparatória de Cadetes do Exército porque, em Manaus, sua cidade de origem, estava matriculada em uma escola militar. A família se mudou para São Paulo, por aqui Sabrina mudou de ideia novamente e voltou aos seus sonhos de criança. Agora, ela está entre os estudantes da rede estadual de ensino aprovados em medicina no Provão Paulista Seriado fará o curso na USP (Universidade de São Paulo) no campus da capital, sua primeira opção entre todos os cursos oferecidos.
LEIA TAMBÉM: Educação de SP divulga terceira chamada do Provão Paulista
“Minha mãe é funcionária pública e sempre gostou de São Paulo. Então, quando me interessei pela escola de cadetes, minha mãe uniu o útil ao agradável, pediu transferência porque é funcionária pública e viemos eu, ela e meu irmão Saulo para cá. Chegando aqui, eu repensei e desisti de fazer a Escola Preparatória de Cadetes do Exército, a EsPCEx, e comecei a me dedicar aos estudos pensando em fazer medicina, mas não acreditando tanto em mim”, começa Sabrina.
Era com o irmão Saulo que ela estava quando soube da aprovação em medicina no dia 20 de janeiro. “Recebemos a visita de uma amiga de Manaus e estávamos em Santos em um bate-volta para ver o mar. Quando vi o resultado, quis confirmar se era isso mesmo e, antes de contar a notícia à minha mãe, pedi ajuda da minha professora de redação na escola estadual, a Daniela, para a confirmação. Não queria deixar minha mãe nervosa sem que tivesse certeza. Minha professora já começou a gritar e a chorar porque eu realmente havia sido aprovada. Eu não estava esperando, achei que seria uma possibilidade muito distante, por conta da relação candidato e vaga”, conta a futura médica.
LEIA TAMBÉM: Aluno Monitor do BEEM: SP vai selecionar 12 mil estudantes para programa inédito de monitoria
Algumas novidades em sua vida começaram a surgir assim que soube da aprovação. Universitários que já frequentam a USP viram sua publicação nas redes sociais, já inseriram Sabrina nos grupos de whatsapp e ela e a mãe foram convidadas para um churrasco da atlética. “Eu também recebi muitas ligações de pessoas me parabenizando pela aprovação. Nunca recebi tantas ligações na vida, nem se eu contar todos os meus aniversários até agora”, avalia.
Apoio
Sabrina mora com a mãe, Thais, e com o irmão, o Saulo, na zona sul da capital paulista e frequentou o Ensino Médio na Escola Estadual Doutor Angelo Mendes de Almeida, localizada no Jardim Oriental, na mesma região.
A aluna destaca o apoio de seus professores durante a jornada do Ensino Médio. “Meus professores tinham muita esperança na minha aprovação e quando eu passei, alguns me disseram: ‘Eu sabia que você ia passar’. Sempre fui uma boa aluna para os padrões do Ensino Médio, mas não achava que seria uma boa aluna pelos padrões da universidade. Mas também sei que fiz por merecer, fui uma boa aluna, entrei na faculdade e isso me deixa satisfeita”.
A futura médica reconhece que, se não fosse a aprovação para a universidade pública, a família não teria condições de arcar com uma faculdade particular. “Nós só teríamos condições se eu ganhasse uma bolsa”. E ainda deixa um recado para cada aluno que fará a prova nos próximos anos: “Acredite e foque nos estudos. Com o Provão Paulista, a competição é mais justa, com alunos de realidades parecidas com você.”
