Para grande parte das pessoas janeiro é conhecido como o mês das resoluções e recomeços. Este período também se destaca pela movimentação nas clínicas de cirurgia plástica. Isso porque, após as festividades de fim de ano, muitas pessoas buscam iniciar o ano com uma nova aparência, impulsionadas pelo desejo de se sentirem mais confiantes e satisfeitas com a imagem que vê no espelho.
O período de férias colabora com essa movimentação já que os pacientes podem se dedicar exclusivamente ao repouso, que é essencial no período pós-operatório. Mas será que este é o momento ideal para realizar uma cirurgia plástica já que estamos em pleno verão? O cirurgião plástico Fernando Pucci, que atua na área há mais de 25 anos, explica que quem optar por fazer o procedimento cirúrgico neste momento do ano deve tomar alguns cuidados. “É fundamental que os pacientes estejam cientes de todos os cuidados necessários no pré e pós-operatório. A exposição ao sol, por exemplo, pode causar hiperpigmentação nas cicatrizes. É necessário evitar e fundamental usar protetor solar com alto fator de proteção nas áreas operadas, mesmo em dias nublados”, afirma o cirurgião.
O aumento na procura por cirurgias plásticas não acontece apenas no Brasil. Um reflexo disso pode ser visto nas estatísticas recentes divulgadas pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (ISAPS), que revelou que, em 2023, mais de 15,8 milhões de procedimentos estéticos foram realizados no mundo. Esse fenômeno é amplamente observado em procedimentos como lipoaspiração, mamoplastia e rinoplastia, que ganham destaque nas listas de desejos de muitos brasileiros.
A procura por cirurgias plásticas não é apenas uma questão estética, mas também emocional já que os procedimentos colaboram para resgatar a autoestima dos pacientes, que gera um impacto positivo na saúde mental e na qualidade de vida. No entanto, a busca pela cirurgia plástica deve ser acompanhada de informações claras e decisões conscientes. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) divulgou, no final do ano passado, que tem recebido inúmeros relatos de complicações sérias, inclusive mortes decorrentes de procedimentos estéticos invasivos feitos por não médicos.
De acordo com a SBCP, nos últimos anos tem aumentado os relatos de complicações sérias, inclusive morte, relacionadas a procedimentos estéticos realizados por não médicos. O fato de outros profissionais, com formação questionável e sem uma fiscalização efetiva, realizarem esses procedimentos coloca a população em risco.
Além disso, a propaganda indiscriminada, com resultados irreais, e a autopromoção, se apresentando como indivíduos capacitados, são fatores que confundem a população na hora de decidir. “Nós sempre orientamos os pacientes a ficarem atentos a essa escolha. A segurança deve estar sempre em primeiro lugar”, destaca Pucci.
