A Secretaria de Finanças e Orçamento informou que Cordeirópolis iniciou 2025 com um déficit de R$ 29 milhões de restos a pagar – ou seja, fornecedores que não foram pagos até o final de 2024. Por conta disso, não haverá o Carnaval neste ano. A prefeita Cristina Saad reuniu-se com presidentes das escolas de samba nesta segunda-feira (20) para apresentar a situação financeira da cidade.
“Encontramos a prefeitura em uma situação desafiadora e o caos financeiro impede a realização do evento neste ano. Contudo, é nosso compromisso fazer a reorganização financeira para que Cordeirópolis tenha Carnaval em 2026, valorizando nossas tradições”, destacou a prefeita, que estava acompanha da secretária de Cultura, Ana Paula Magalhães.
Fornecedores atrasados
A Prefeitura tem mais de 250 fornecedores sem receber; alguns, estão há mais de um ano sem pagamento. Somente a coleta de lixo tem um atraso de aproximadamente R$ 4,070 milhões. Também falta pagar mais de R$ 4,1 milhões das obras do Hospital de Cordeirópolis, construído na gestão anterior. Há atraso no pagamento de R$ 1,5 milhão ao INSS de novembro de 2024 e do 13º salário, além de débitos com medicamentos, no valor de mais de R$ 697 mil.
A linha telefônica da Secretaria de Educação chegou a ser cortada por falta de pagamento. Somente na pasta, havia uma dívida acumulada de R$ 43 mil de telefonia – agora negociada; ao todo, a prefeitura deve R$ 185 mil à concessionária. A entrega de cestas básicas também foi afetada por falta de pagamento, de mais de R$ 200 mil. A dívida com o fornecedor foi renegociada e a entrega, normalizada.
“Pedimos paciência à nossa população nesse momento crítico financeiro. Acertamos a cesta básica, fizemos o mutirão da limpeza, pagamos os professores e aos poucos, vamos colocar a casa em ordem”, afirmaram a prefeita Cristina Saad e o vice-prefeito Anderson Hespanhol, o Pique.
Principais dívidas
– Coleta de lixo e limpeza: R$ 4,070 milhões (em negociação)
– Obras do Hospital: R$ 4,1 milhões (em negociação)
– Entidades 3º Setor: R$ 184 mil (repasse a partir de fevereiro)
– Telefonia: R$ 185.204,00 (dívida parcelada)
– Precatórios trabalhistas de 2024: R$ 2.776.143,00 (dívida parcelada)
– Energia elétrica: R$ 1.981.468,00 (dívida parcelada)
– Consórcio Intermunicipal: R$ 1.475.076,00 (em negociação)
– Cesta Básica: R$ 348 mil (dívida parcelada)
– INSS Patronal (novembro e 13º): R$ 1.274.658,00 (pagamento programado)
– INSS Quota Empregados (novembro e 13º): R$ 1.222.121,00 (pago em janeiro)
– Medicamentos: R$ 697.520,00 (dívida parcelada)
– Merenda: R$ 385.420,00 (em negociação).
Comissão
Decreto assinado pela prefeita e publicado na edição do último dia 10 de janeiro do Jornal Oficial, instituiu uma comissão para avaliar as despesas que restam ser pagas e propor uma programação financeira do atual exercício, entre outras medidas. Fazem parte da comissão, a secretária de Finanças e Orçamento, Lucila Minatel, o diretor de Orçamento, Renato Mascarin, e o assessor executivo, Marcelo Braga.
Texto e foto: Douglas Oliveira