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13/01/2025

Dengue: chegada do mosquito a novas regiões e circulação de sorotipos 3 e 4 mantêm alerta, informa Butantan

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A chegada do período de calor e chuvas em boa parte do Brasil acende o alerta para o início da temporada de arboviroses – doenças causadas por vírus que são transmitidas, principalmente, por mosquitos –, uma vez que a umidade combinada às altas temperaturas torna o ambiente mais propício à reprodução de insetos. Esse é o caso da dengue: transmitida pelo Aedes aegypti, a doença bateu recordes históricos no país em 2024. Até o fim do ano passado, foram mais de 6,5 milhões de casos prováveis e quase seis mil óbitos confirmados, segundo o Ministério da Saúde, e o prospecto para este ano de 2025 não deverá ser muito diferente. 

“Os efeitos das mudanças climáticas ainda têm potencial para se acentuar, o que pode contribuir para que o mosquito se alastre para diferentes partes do território, como vimos acontecer na região Sul do país”, explica o gestor médico de Desenvolvimento Clínico do Butantan Eolo Morandi Junior. Outro fator é que a volta de sorotipos da doença que já não circulavam há anos no Brasil – como os 3 e 4, que não apareciam desde 2003 e 2013, respectivamente – pode se tornar um risco latente, com potencial para provocar novos picos de casos.

Avanço da dengue

Se até meados da década de 2010 os grandes surtos de dengue ficavam mais restritos às cidades e estados litorâneos, os dados de 2024 do Ministério da Saúde mostram uma alteração de padrão: Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Goiás lideram o ranking de maior incidência de casos por 100 mil habitantes no ano, confirmando o espalhamento do vetor para locais onde antes a doença não era tão comum. 

Um estudo do Observatório de Clima e Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), confirmou que a dengue vem se alastrando para o Sul e o Centro-Oeste do Brasil. Os dados apontam que os mapas de ondas de calor e de anomalias de temperatura coincidem com as áreas de maior incidência da enfermidade nas regiões nos dois últimos anos. 

“Desde 2023, temos vivenciado ondas de calor mais frequentes e chuvas mais intensas, sendo boa parte delas influenciadas pela ação do El Niño. Diferentemente do que acontecia no passado, o fenômeno climático tem se tornado mais corriqueiro e duradouro, e a tendência é que esse padrão continue”, observa Eolo Morandi Junior. As temperaturas mais altas permitem que o mosquito se reproduza com rapidez, o que, consequentemente, aumenta sua população.

Um estudo recente publicado na revista PLOS Neglected e conduzido pelo Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP) em parceria com outras instituições nacionais e internacionais detectou que a ocorrência do fenômeno El Niño – quando a temperatura supera os 23,3° C e o volume de chuvas excede os 153 milímetros – aumenta a infestação de mosquitos da dengue.

Temporais e enchentes, como os que assolaram a maioria dos municípios do Rio Grande do Sul nos meses de abril e maio de 2024, também contribuem para a formação de novos criadouros para o Aedes aegypti devido ao alto volume de água acumulada. Em relação ao ano de 2023, os números de casos prováveis de dengue no estado da região Sul saltaram de 38 mil para 205 mil, enquanto os de óbitos foram de 54 para 281.

Variedade de sorotipos

Outra projeção para 2025, no entanto, seria uma possível queda nos registros da doença para a temporada de calor e chuvas que se aproxima. Essa diminuição seria motivada pelo fato de que, agora, a parcela da população que já foi infectada pelo vírus nos últimos anos teria desenvolvido imunidade à doença. Mas a questão é que a dengue possui quatro sorotipos diferentes, e quando uma pessoa é infectada, o sistema imunológico só “aprende” a combater aquele tipo específico.

No Brasil, são endêmicos os sorotipos 1 e 2, mas em 2024 os quatro tipos do vírus foram identificados no país. Diversos estados das cinco regiões registraram circulação do sorotipo 3, enquanto o 4 foi detectado em Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. “O risco maior está exatamente nos vírus de baixa circulação, que podem ganhar força na temporada seguinte e encontrar boa parte da população vulnerável”, afirma o gestor médico de Desenvolvimento Clínico do Butantan.

Sintomas e sinais de alerta

Anvisa deve avaliar a documentação e fazer possíveis questionamentos ao Butantan, após a submissão

Em um primeiro momento, a infecção por dengue apresenta manifestações bastante inespecíficas e baixo potencial de complicações, como febre pouco acima de 38°C, dores de cabeça, no fundo dos olhos e no corpo e quedas de pressão. Também pode ocorrer quadro de exantema, caracterizado por vermelhidão e coceira pelo corpo.

Isso acontece porque o organismo tende a apresentar uma resposta inflamatória bastante expressiva diante da presença do vírus, desequilibrando o funcionamento do sistema circulatório: os vasos sanguíneos ficam mais dilatados e pode acontecer uma espécie de “vazamento de água” do sangue e de outros fluidos corporais, o que leva à desidratação. Casos mais graves envolvem dor abdominal intensa, sangramentos difusos (que podem aparecer no vômito ou nas fezes) e o surgimento de pequenas pintinhas vermelhas conhecidas como petéquias. 

“Os sintomas das arboviroses costumam ser bem parecidos. Por isso, diante de qualquer suspeita de infecção, o paciente deve procurar um serviço de saúde para receber o diagnóstico correto, assim como as orientações de cuidado e tratamento. No caso da dengue, é imprescindível evitar a automedicação e reforçar a hidratação”, pontua Eolo Morandi Junior. 

O diagnóstico da doença se dá por teste do tipo RT-PCR, uma vez que os sintomas tenham começado em um intervalo de um a cinco dias. Passado esse período, o rastreio é feito por teste sorológico, capaz de identificar a presença dos anticorpos produzidos pelo organismo para combater o vírus invasor.

De acordo com o gestor médico do Butantan, garantir que a confirmação da enfermidade seja feita por um serviço de saúde é essencial para a correta notificação da vigilância epidemiológica, responsável por promover o mapeamento detalhado do vírus em todo o território nacional. “Trata-se de um trabalho essencial, que irá garantir o desenvolvimento de melhores políticas públicas de saúde, como cuidados específicos para o combate do vetor, busca ativa de diagnóstico e monitoramento de gravidades.”

Quando a situação epidemiológica se agrava, como aconteceu com a dengue no primeiro semestre de 2024, a vacinação é a melhor estratégia de prevenção. Há mais de uma década o Instituto Butantan vem dedicando esforços para o desenvolvimento de um imunizante capaz de agir contra os quatro sorotipos da doença, que se encontra em fase final de verificação regulatória. “Todos os questionamentos da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] têm sido prontamente respondidos. A expectativa é que, em breve, a população brasileira possa contar com um reforço de peso no combate contra a dengue”, finaliza Eolo.



Informações GOV.SP

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